Apesar do Coletivo Autônomo Herzer ter sido criado em abril de 2016, sua pré-história está ligada aos últimos dois anos de existência da Rede 2 de Outubro, movimento que surge em 2011 na cidade de São Paulo, pautando o Massacre do Carandiru de 1992 e discutindo o sistema carcerário.
Em meados de 2014 há uma mudança na Rede, com a entrada de trabalhadoras/es e pesquisadoras/es das medidas socioeducativas e a saída, gradativamente, de suas/seus primeiras/os integrantes.
A Rede 2 de Outubro aos poucos pauta menos o sistema adulto e passa a se focar mais na discussão acerca do encarceramento de jovens.
Sobre este período, citamos alguns dos corres que tocamos afim de contribuir para a memória de lutas em torno do abolicionismo penal orquestrada pela Rede 2 de Outubro e dar luz à bagagem que o Coletivo Autônomo Herzer traz:
– Acompanhamento de filas de visita de unidades da Fundação CASA
– Grupo de estudos “Prisão, Criminologia Critica e Abolicionismo Penal” ao lado da Faculdade São Francisco
– Atividade “Sobrevivendo no Inferno”
Ocorreu em duas edições, uma realizada na Casa de Cultura Marginal e outra na Casa Mafalda, respectivamente reuniu para discussão mulheres que ficaram presas e jovens que foram presos em unidades da Fundação CASA.
– Elaboração de textos sobre violações em unidades prisionais de jovens e panfletagem ao redor das unidades
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– Organização de festas para arrecadação
– Mostra de Cinema Popular Itinerante “Encarceramento em Massa – uma política de Estado”, exibindo vídeos sobre encarceramento de jovens e adultos
Realizamos diversas discussões sobre a Fundação CASA, encarceramento da juventude e redução da maioridade penal em escolas estaduais, locais que abrigam população em situação de rua, cursinhos populares, centros da juventude, bibliotecas públicas, universidades, CEUs, espaços autônomos, ocupações, escolas ocupadas, rolês e quebradas de todo o canto:
– Rodas de conversa em escolas ocupadas, sobre a semelhança entre escolas estaduais as unidades da Fundação CASA
– Atividade na Tenda Alcântara Machado, com a leitura de cartas de garotos presos na Fundação CASA
– Participação no evento Cultura D’Quebrada, em parceria com o Movimento de Organização de Base (MOB)
Ato do dia 2 de Outubro – construído coletivamente pela Rede com diversos coletivos e movimentos da cidade de São Paulo, pautando também as medidas socioeducativas.
– 2014: Nossos Mortos Têm Voz (22 anos do Massacre do Carandiru)
– 2015: Nem redução, Nem Fundação: por uma vida sem grades (23 anos do Massacre do Carandiru)
Esse ato fez parte da “Semana de Lutas Conta a Violência do Estado”, realizada por uma articulação de diversos coletivos autônomos de São Paulo
Através destas articulações entre coletivos da cidade de São Paulo ajudamos a construir também a “Caravana 43 Ayotzinapa” por São Paulo em 2015
– Roda de Conversa sobre Lança Perfume no Conselho Regional de Psicologia em abril 2016.
– Participação no evento Literatura Periférica, em bate-papo sobre encarceramento em massa
– Participação no encontro de formação “Educação e poder popular”, na Ocupação Jardim da União
– Roda de conversa “Movimentos sociais e cárcere” do Grupo de Estudos de Psicologia e Criminologia Crítica da PUC/SP
– Participação no programa Vaidapé na Rua: Segurança Pública, Sistema Penal e Repressão
– Participação no debate “juventude presa em São Paulo” – Hip Hop no Teatro